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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quem é Alexsandra Paixão?

A História da jovem que se credenciou na maior liderança sindical de Pirambu, a mais representativa liderança dos trabalhadores e trabalhadoras rurais do Vale do Cotinguiba ¹Por Claudomir Tavares claudomir@ubbi.com.br

Há 35 anos um grupo de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Pirambu, sob a liderança do senhor José Alexandre Santos deu o ponta pé inicial para a organização do movimento sindical rural em Pirambu. Rural na modalidade de trabalhadores do campo, uma vez que os pescadores (que se enquadram também na perspectiva de trabalhadores rurais), organizados, ainda que de forma incipiente, já tinha uma trajetória de organização de uma entidade desde 1911, quando foi fundada a colônia, a atual Colônia de Pescadores Z – 5.
A trajetória do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pirambu é marcada por várias etapas, cada uma com seu grau de importância, mas que se completam, merecendo bastante cuidado quando fazemos qualquer comparação, para não cometer injustiças.
Há cinco anos, assimilando as lições e seguindo o compromisso político (leia-se político-sindical) de seus pais, em particular de sua mãe (dona Maria Porfírio Machado), Alexsandra Machado iniciou sua militância sindical, dando o necessário apoio para que ela pudesse desempenhar com desenvoltura seu papel de presidente da Junta Governativa, designada pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado de Sergipe – FETASE.
Antes de falar de sua gestão como presidente do STTR de Pirambu, vamos buscar lá num passado bem próximo a história desta menina que vimos crescer e hoje ser um orgulho de sua geração, símbolo da luta em defesa dos objetivos históricos e imediatos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Pirambu, e por uma extensão de sua luta, de Sergipe e do Brasil.
I – De Porto da Folha a Pirambu...
Alexsandra Machado da Paixão nasceu no dia 05 de dezembro de 1986, há 22 anos no povoado Lagoa da Volta, no município de Porto da Folha, no Alto Sertão do São Francisco. Filha Pedro Machado da Paixão e Maria Porfírio Machado, é a primeira filha do casal, numa seqüência que inclui Gleison Machado da Paixão (21), Aline Sara Machado da Paixão (18), Layde Daianna Machado da Paixão (13) e Laysa Machado da Paixão (05).
A partir de 1997, há onde anos estabeleceu-se com sua família no povoado Aguilhadas, distante de Pirambu 4 Km, onde reside até hoje. Alexandra foi à escola muito cedo, cursando a Pré-Escola ainda no povoado Lagoa da Volta dos quatro aos seis anos. Já em Aguilhadas, na antiga Escola Municipal Silvino Antônio de Araújo (inexplicavelmente demolida) cursou todo o ensino fundamental menor de 1997 a 2000. Em 2001 já matriculada no Colégio Estadual José Amaral Lemos cursou a segunda metade do Ensino Fundamental, tendo concluído o Ensino Médio em dezembro de 2008.
II – Da escola para o sindicato... uma nova escola!
Alexsandra Machado da Paixão entrou definitivamente na História de Pirambu ao ser eleita a primeira presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em 31 junho de 2006 (foi empossada em 21 de julho do mesmo ano), cujo mandato extremamente produtivo vai até 2010, devendo ser reconduzida ou, se preferir indicar alguém cuja linha de militância sindical seja semelhante a do grupo que coordena.
Alexsandra ascendeu à condição de presidente ao substituir sua mãe, última dirigente do STTR após uma gestão marcada pela renuncia do presidente Arnaldo Batista de Sena e da secretária Laudicéia Góis. Sua gestão tem sido fruto de comentários elogiosos, não só pelas sua posições assumidas como presidente, mas por imprimir um ritmo diferente, classista e comprometido com um projeto de construção de um sindicalismo combativo, sintonizado com os anseios dos camponeses de Pirambu.
III – Re-construindo o Sindicato
Em 2008 Alexsandra iniciou sua participação em eventos nacionais, ao liderar uma delegação local na Marcha das Margaridas, em que representantes de todas as unidades da federação estiveram representados. Ela representou as trabalhadoras rurais de Pirambu juntamente com a coordenadora de mulheres do STTR Maria Aparecida de Andrade, doma Maria de Lourdes Messias, seu José Maria e Deiviane da Cruz Anjos (estes últimos associados ao sindicato). A marca aconteceu em Brasília no período de 21e 22 de agosto de 2008.
A atual diretoria tem em sua composição uma representatividade que privilegia as mulheres, sempre relegadas a um segundo plano nas direções sindicais. A atual diretoria é composta por Alexsandra Machado da Paixão (presidente), Daiane dos Anjos Dórea (secretária), Lívia dos Santos de Andrade (secretária de finanças), Maria das Graças (secretária de política agrícola, agrária e meio ambiente), Maria Aparecida de Andrade (coordenadora de mulheres), Patrícia dos Santos (secretária de assalariados) e Clécia Maria dos Santos (coordenadora de jovens). Numa direção em que o predomínio das mulheres é eminente, um homem integra a diretoria na condição de vice-presidente, o ex-presidente Arnaldo Batista de Sena.
IV – Pólo Cotinguiba
Desde novembro de 2007 Alexsandra assumiu uma responsabilidade maior no movimento sindical rural sergipano, ao ser eleita pelos seus companheiros e companheiras coordenadora do Pólo Sindical da Região do Vale do Cotinguiba, ao qual estão integrados 15 sindicatos.
A importância desta coordenação está no fato de que é nesta região onde se desenvolve a atividade canavieira, importante desde os tempos do Brasil Colonial, quando teve início a atividade no século XVI. Alexsandra faz parte de uma geração que tem reoxigenado o movimento sindical rural em Sergipe. Tem sabido com maestria reunir a juventude com a experiência, sempre dando um caráter particular ao trabalho que coordena em Pirambu, o que justifica o reconhecimento dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
V – Militância política
O sindicato tem sido uma vitrine onde Alexsandra demonstrou que a juventude tem condição de ocupar os espaços, sejam eles no movimento sindical, no movimento estudantil e ampliar este leque de ações para o parlamento. A opção pela filiação partidária se deu em função de um anseio do grupo que está a frente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pirambu, que vê na presidente a possibilidade e oportunidade dos trabalhadores do campo ter um representante no parlamento municipal, historicamente ocupado por políticos sem vínculos com as questões dos camponeses de Pirambu. Filiada ao PMDB desde agosto de 2007, esteve prestes a concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal de Pirambu, tendo adiado este projeto legítimo para, quem sabe, em 2012, quando então terá concluído seu mandato a frente do STTR-Pirambu.
VI – Sede de aprender
Alexsandra é daquelas jovens que tem sempre sede de aprender. Irrequieta, ela busca sempre informações, adquirir e ampliar seu leque de conhecimento, mantendo-se sempre o equilíbrio. Para ela não há nada melhor do que fazer um trabalho que ajude o próximo, que tenha o retorno. Quando faz um processo e encaminha ao INSS e com cerca de 15 dias chega à carta de aposentado. Muitos que não tinham o que comer, a partir deste momento tem um ganho que é pra sempre. Ela cita o caso do senhor Simião, do povoado Aningas, que ao conseguir sua aposentadoria resolveu grande parte dos seus problemas. Ao assumir a presidência, ela encheu de orgulho a “velha guarda” do sindicalismo rural de Sergipe, que viu nela a esperança do STTR não fechar suas portas._____________________________________¹ Matéria originalmente publicada em 08/12/2007, adaptada e atualizada para esta data.

Fontes: http://tribunadapraia.com/ replicado por http://www.noticiablogg.blogspot.com/

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ALGUMAS DEFINIÇÕES QUE VALEM APENA SABER

Reforma agrária - é o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.

Módulo rural - consiste, em linhas gerais, na menor unidade de terra onde uma família possa se sustentar ou, como define a lei: lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico - e cujas dimensões, variáveis consoante diversos fatores (localização, tipo do solo, topografia, etc.), são determinadas por órgãos oficiais. Por estes critérios, uma área de várzea de meio hectare pode configurar, em tese, um módulo rural - ao passo que 10 hectares de caatinga podem não atingi-lo.

Minifúndio - Uma propriedade de terra cujas dimensões não perfazem o mínimo para configurar um módulo rural (nos exemplos anteriores, uma várzea de 0,2ha...)

Latifúndio - propriedades que excedam a certo número de módulos rurais ou, independente deste valor, que sejam destinadas a fins não produtivos (como a especulação).

Saiba mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_da_Terra